sexta-feira, 11 de maio de 2012

Como é infinitamente triste e dolorosa a missão de ter que esquecer alguém. Ter que tirar alguém de circulação. Da circulação de nossas veias, impedir que transite por nossos pensamentos, tirar o som da voz em nossos ouvidos, apagar a presença! Por que tem que doer tanto se a gente nem conhecia essa pessoa antes, ela não fazia diferença se existia ou não. Vivíamos sem ela, acordávamos sem ela, respirávamos sem ela, dormíamos sem nem imaginar que ela fazia parte desse mundo. De repente, ela aparece de algum lugar e vai se instalando em pedacinhos de nosso cotidiano até que não concebemos passar um dia sem vê-la, quanto mais o resto da vida! É doloroso viver essa experiência e é também doloroso assistir alguém vivenciando essa mesma situação, principalmente alguém muito próximo da gente. Eu já participei ativamente de algumas missões desse tipo...nunca saí ilesa...a gente não sai sem machucados de experiências desse tipo, mesmo que seja só um arranhão! Alguma coisa a gente aprende. Algumas coisas não faremos do mesmo jeito se outro alguém aparecer no decorrer da missão em andamento. Eu só sei que é "punk", pra descrever bem a fundo esse sentimento de perda, de vazio da presença, de ter que acordar de manhã, depois de uma noite sem dormir, e se dar conta que acabou e que apesar de, que mesmo assim, que de qualquer jeito a gente vai ter que sair da cama e encarar...encarar até a hora de voltar pra casa e chorar enquanto a água do chuveiro cai e se mistura às nossas lágrimas...e a gente se aninha na cama novamente e vê o dia clarear pra nos lembrar que tudo continua...que a missão continua e pode não ser impossível, pelos menos não eternamente!

Um comentário:

  1. Vento forte que bate na cara da gente, mas a gente retoma o rumo, sim, andar contra o vento, mas andar, pra frente. Lá pelas tantas o vento diário não é mais tapa na cara, vira brisa. Assim é a vida. E a gente aguenta e fortalece. Beijo!

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